O Prana (bioenergia) é o princípio de todo o dinamismo, toda
força e movimento existentes no universo. É através dela que realizamos todas
as experiências energéticas em nosso corpo. Podemos extraí-lo de diversas fontes:
ar, sol, alimentos, etc. Apesar de não estar em nenhum componente químico
desses elementos, o Prana circula por sutilmente por tudo, como um sopro de
vida. É compreendido na fisiologia indiana como um dos “cinco ares vitais” ou vayús
principais (prana , apana, vyana, samana e udana). Sendo os mais significativos
entre eles: prana e apana ( energia de função absorvente, de retenção,
integração, sendo obtido principalmente pelo ar ; força vital de ação
propulsora, expulsiva, desintegradora).
O Pranayama foca o exercício dessas duas energias através da
pratica da respiração.
“Enquanto
a respiração (prana) for irregular, a mente permanecerá instável; quando a
respiração se acalmar, a mente permanecerá imóvel e o yogi conseguirá a
estabilidade. Por conseguinte, deve-se controlar a respiração - Hatha yoga
pradipika II. 2
Por meio desses exercícios o praticante atinge o
controle e compreensão das manifestações em seu interior (equilíbrio das emoções,
apaziguar a mente, etc) promovendo saúde e bem-estar. Quantas vezes não ouvimos
a seguinte orientação nos momentos de tensão “respire fundo”, é justamente
visando restabelecer o equilíbrio emocional e mental para aquele momento. Inconscientemente
acabamos por identificar na respiração, uma eficiente terapia para o corpo. Os
praticantes de meditação atribuem uma importância muito maior a respiração,
sendo ela um poderoso meio para a questão do autoconhecimento e transcendência
do ego, indo de encontro com a iluminação. Um dos simples exemplos a se
demonstrar essa compreensão seria entender o processo de respiração da seguinte
forma: inspiração, o que nos conecta com o mundo externo. A expiração seria o
alento que nos ensina o desapego, o deixar sair. Esses dois atos são chamados de
pravrtti marga: caminho da criação, e nivrtti marga: caminho da renúncia. A
criação seria encontrada na inspiração, bem como a renúncia, na expiração. Os
praticantes de yoga buscam atingir a harmonia entre esses dois caminhos.
" Enquanto houver alento no corpo, haverá vida.
Quando o alento parte advém à morte. Por isso, é necessário restringi-lo
através da prática de pranayamas." - Hatha Yoga Pradipika II. 3.
Abaixo listamos
alguns exercícios de respiração a serem praticados:
Respiração Abdominal
- Sente-se ou deite-se. Mantenha a coluna
ereta.
- Inspire
(ar para dentro) e a barriga é projetada para fora expire (ar para fora)
barriga para dentro.
- Durante o exercício não estufe a barriga, deixe-a relaxada.
Respiração Média
- Este
movimento deve ser feito com as costelas.
- Coloque
as mãos nas costelas para que você perceba distensão das mesmas. Leve também,
as mãos na parte lateral do tronco e na parte de trás.
- Inspire
e movimente as costelas como uma sanfona distendendo.
- Expire,
tentando perceber as costelas fechando.
Respiração Alta
-
Agora com as mãos posicionadas na clavícula
- Ao
inspirar, os ombros se elevam naturalmente. Esse movimento não deve ser forçado.
Respiração Completa
- Unir
as três fases da respiração abdômen, costelas e peito. Deve ser feita
sentado.
- As
mão devem estar bem relaxadas, repousando sobre o joelho.
- Inspirar
e jogar a barriga para fora, expandir as costelas e inflar o peito.
- Expirar,
agora ao contrario, primeiro no peito, depois costelas e abdômen.
Respiração do Sol
- Estando em pé, exposto ao sol e com o corpo ereto em
direção ao nascer do mesmo (evitando os horários entre 10:00 e 15:00). Pernas semiabertas
e os braços soltos ao longo do corpo.
- Inspirar longa e profundamente, sempre de formar
tranquila. Atentando para todo o percurso do ar dentro do corpo (requer muita
sensibilidade).
- Reter o ar dentro dos pulmões. Sempre de forma tranquila,
respeitando os limites, sem forçar nada.
- Expirar o ar da mesma forma.
- Após essas três etapas, manter os pulmões vazios por
alguns segundos e repetir o processo.
- Benefícios: é indicada para quem encontra-se com a saúde
desgastada, restabelecendo a saúde e o organismo. Para um resultado efetivo,
faça de vinte a trinta repetições. Observação: pode ser realizado sentado
também.
Nadhi Shodhana
- Bloquear
a narina direita com o polegar mão direita, inspirar pela narina esquerda.
- Bloquear as duas narinas e reter o ar nos pulmões.
- Abrir
a narina direita e obstruir a esquerda com o dedo anelar expirar. Inspire pela
narina direita, obstrua as duas, e expire pela esquerda. Sempre alternando as
narinas.
- Podemos
iniciar sem colocar um ritmo, treinando de 15 à 20 minutos por dia. Depois,
fazer cada fase, inspiração, retenção (durante a retenção, levar o queixo ao
peito) e expiração contando ate 10 segundos, de acordo com a capacidade
pulmonar.
>
Benefícios: equilibrar as energias sutis e purificar os nadhis (correntes
energéticas).
-
Observação: os praticantes de yoga podem colocar a mão direita em Vishnu Mudrá
e a mão esquerda em Jnana Mudra.
Sopro Há (Prava Há)
- Em
pé, inspire ao mesmo tempo, que eleva os braços.
- Ao soltar o ar, solte pela boca enquanto abaixa rapidamente o
tronco, deixando sair o som “HÁ”. Não grite, deixe o ar sair pela pressão
exercida pelo diafragma. Prestando
atenção para não forçar a garganta.
- Mantenha os joelhos flexionados durante o exercício para evitar
machucar a região lombar.
>
Benefícios: elimina impurezas e o ar residual dos pulmões.
Kapalabhati
- Inspire
naturalmente utilizando respiração completa e expire rapidamente expulsando o
ar dos pulmões com a força do abdômen.
- Repetir
varias vezes ( 30 ou 40 expirações).
- Inspirar
profundamente e reter o ar nos pulmões. (Kumbaka, com as narinas bloqueadas e o
queixo no peito como no Nadhi Shodhana).
Respiração de Limpeza
- Sentado
ou deitado, inspire profundamente e expire pela boca por 10 a 20 minutos.
>
Benefícios: eliminação da energia viciada do corpo, substituindo-a pelo prana.
Purifica os meridianos, desbloqueia o plexo solar e carrega os chakras com
prana.
Respiração de Recarga
- Afaste
as pernas na linha dos ombros e respire de forma curta e rápida pelo nariz,
deixando o corpo sacudir junto com o ar que entra e sai. Pratique por 3
a 5 minutos.
>
Benefícios: ativação dos chakras, da kundalini e aumenta a irrigação do sangue
e estimula a memória.
Respiração dos Chakras
- Inspire
pelo nariz e expire pela boca, visualizando cada chakra com sua cor.
- Faça
sete respirações para cada chakra, seguindo a ordem do básico ao coronário,
começando com vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, branco e violeta.
Pratique por 20 a 40 minutos.
>
Benefícios: trabalha com a elevação da kundalini, ativando todos os chakras.
Respiração Surya
- Obstrua
a narina esquerda, inspire e expire só pela narina direita. Sempre de
forma profunda e serena. Faça sete repetições bem pausadas.
> Benefícios:
ativa o hemisfério esquerdo do cérebro, esquenta o corpo e alivia o cansaço. O
lado direito representaria o sol, o esquerdo, a lua.
Respiração Chandra
- Obstrua
a narina direita, inspire e expire pela esquerda. Da mesma forma que a
respiração Surya, faça sete repetições de forma serena e profunda.
>
Benefícios: ativa o hemisfério direito do cérebro, afeta positivamente o sistema
nervoso simpático, refresca o corpo e ativa a energia shakti. Auxilia,
inclusive, no alívio de dores de cabeça.
Mentalização do Prana
-
Inspirar o ar lentamente usando 100% da capacidade pulmonar. Mentalize o prana
entrando pelas narinas junto com o ar, de cor rosa/violeta.
-
Reter o ar nos pulmões o máximo possível
, sem jamais forçar. Mentalizando o prana sendo absorvido por todas as partes
do corpo, se enchendo de vida e acumulando energia vital.
-
Expirar lentamente o ar dos pulmões. Mentalize o ar saindo desbotado,
descolorido, pois o prana foi absorvido.
- Faça
sete repetições seguidamente.
Espero
que o texto seja de proveito para vocês. Então, vamos à pratica! Todos se
revitalizando e preenchendo seus corpos de energia vital, puro prana!
Namastê.
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